Sobre Ataraxia (A Banda)
Antes da banda osignificado: a.ta.ra.xi.a 1. (Filosofia) em correntes filosóficas do período helenístico, significava a prática da imperturbabilidade como meio de alcançar a felicidade; a ataraxia era pregada, por exemplo, pelo estoicismo, pelo epicurismo, pelo ceticismo pirrônico etc, os quais se diferenciavam no modo como justificavam a ataraxia. 2. Ataraxia é uma condição de vida tranqüila, assentada, isenta das agitações que recebemos pela impressão da opinião e ciência que pensamos ter das coisas.
A banda é forma por: Vittorio Vandelli - sintetizadores, guitarra medieval, vocais; Giovanni Pagliari – teclados, vocais; Riccardo Spaggiari - percussão; Francesca Nicoli - flauta , vocais, címbalos .
Sobre a Banda: Ataraxia é uma banda italiana de neo-classical, na ativa desde 1985 que combina moderna tecnologia com instrumentos arcaicos. Eles próprios descrevem sua música como algo “entre o sagrado e o profano, etérea e neoclássica” Reza a lenda que o Ataraxia ganhou notoriedade devido a uma cópia da cópia, da cópia de um k7-áudio. Graças a essas cópias ilegais os italianos foram ganhando notoriedade em Portugal, e um pouco por todo o mundo, permitindo à banda ser atualmente um dos mais importantes nomes da cena mundial no que respeita ao som que pratica: neo-clássico/etéreo/medieval. As cópias dos cassetes foram lentamente dando lugar aos álbuns originais, a pequenas edições quase para colecionadores, e o culto à banda foi crescendo. As suas raras aparições ao vivo permitiam que cada concerto fosse um acontecimento. Raras sim, uma vez que a banda nos últimos 2 anos apresentou-se pouco mais de duas dezenas de vezes em quase todo o mundo. Á frente da banda está Francesca Nicoli que é por si só a “Essência Ataraxia”. Ela tem uma aura difícil de explicar. A sua beleza, presença, e olhar…A sua voz (que voz !!!)... O Ataraxia são daqueles grupos que desejamos ver em cima dum palco**, são daquelas bandas que se anseia pelo próximo concerto. Atualmente, optam por apresentar um concerto dividido em dois atos. Na primeira parte temos o Ataraxia igual a si próprio, seguindo a linha que lhes é típica. Dedicado a devoção se situa num misto entre o dia e noite, a terra e o ar, a água e o fogo parecem juntar-se na concepção musical da banda. O ato assume-se como sendo um ritual de evocação de ancestrais com ritmos tribais e a voz evocativa de Francesca, num apelo a uma força suprema anterior ainda ao monoteísmo da religião que nos leva ao local mais íntimo de nós mesmos. O segundo ato do concerto tem por trás de si Madame Joséphine Corelli, uma médium de Toulon que contatou a banda para interpretar e narrar a história de CircuZ KumP, um grupo de cabaré que em 1906 realizou no “Cabaret de L'Enfer” uma performance única. O resultado é surpreendente, pois temos em palco os músicos transformados para “Paris Spleen” (álbum de 2006), um espetáculo louco resultando num som cruzando o imaginário do Ataraxia, com mesclas de sons circenses, alegres, orgásticos e alucinógenos, mas sempre levando-nos ao divertimento do circo. Um ponto em desfavor para este espetáculo, dá-se a ausência total de imagens pois o figurante de palco, apesar de tudo deveria ter sido apenas um elemento do cenário, não o cenário. O espetáculo viveu só do som. Fica uma certeza,“Paris Spleen” é o pisar de um terreno diferente, mas interessante, porém deve-se primeiro ter entendido o que “Paris Spleen” quer oferecer, pois julgar Ataraxia só por este álbum é injusto, visto que – como dito anteriormente -, o som da banda é “algo entre o sagrado e o profano...” e este álbum (apenas um dos 21 gravados) tem muito de cabaré e circo o que oculta o que é o verdadeiro Ataraxia. Diz-se também que têm um som neo-gótico, que recriam ambientes e atmosferas renascentistas, sonoridades barrocas e neoclássicas, partes de ópera orquestrada, melodias de contemplação, meditação e pesquisa experimental. Eles utilizam muitos idiomas antigos e contemporâneos: grego, latim, italiano, inglês, francês, alemão, espanhol e português. Emoções profundas !!! São artistas que exploram e criam música, pinturas e imagens, poesia e teatro, e que decidiram dedicar completamente as suas vidas á arte. O Ataraxia é composto por músicos viajantes, fundamentalmente inspirados pelas suas viagens e pelos locais que ainda possuem a nobreza e a carga expressa dos séculos passados, e que transmitem essas emoções obtidas do silêncio, através da música. Eles cresceram em locais de grande tradição medieval e através da investigação, tentam recriar memórias e lembranças de todas as almas, que perderam a sua individualidade, em função da grandiosidade. Tentam, com as suas mãos criar e dar nuances, e não gostam de adulterar o conhecimento, ou mesmo tentar dar uma diferente visão. Os estudos dos antepassados debruçaram sobre várias áreas que estão ligadas entre si: música, pintura, ciência, matemática, filosofia, arquitetura e alquimia. Por vezes sentem-se como uma área de cruzamento das culturas orientais e mediterrânicas com a cultura celta, como uma terra de encontros e traduções, cidadãos do mundo que trazem sinais físicos e espirituais das mais diversas e distantes culturas. As pedras antigas e a água falam ao Ataraxia. Por esta razão, eles preferem tocar e gravar nesses locais, apenas para ouvir as suas vozes silenciosas............Eles estudaram diversos idiomas e o belo disto é que quando usadas por eles criam um fascínio, devido aos diferentes sons e acentuações (interligados com uma cultura que não é a deles) e a personalização que cada canção ganha devido ao idioma. Para eles, um concerto é uma espécie de drama teatral. O melhor concerto é conseguido sempre num local antigo onde as pedras e arquitetura lhes possam dar a melhor inspiração. As atuações geralmente representam os seus álbuns, e não uma sequência de canções, mas uma profunda pesquisa dos mais diversos modos de se expressarem através da música, palavras, imagens, ações teatrais e de dança e cenários. Quando a música é criada, começam já a criar as roupas para o dançarino que trabalha com eles e as coreografias e cenário para as atuações. Fazem o papel de mediadores entre a arte e a criação. Como um dom inconsciente. A criação é a maneira de expressar a parte divina do ser humano. Nos antigos rituais de Dioniso, o músico era possuído pelo Deus da Natureza, que assim falava através dele e o Ataraxia têm aquilo que se pode definir como uma atitude mística em relação á vida, (é como se fossem possuídos também por este Deus), sendo canais inconscientes que vibram expressando-se e traduzindo a energia que os rodeia. A Banda viaja por um caminho que teve a sua origem em tempos muito remotos. O objetivo do Ataraxia é não perder nada do que o passado lhes deu e sempre lembrarem-se de quem são, o que são e para onde vão. Eles tentam nos transferir a essência humana que muitos não têm mais.... Se você procura apenas músicas rápidas e riffs pesados, está no caminho errado lendo essa coluna, mas se está preparado para receber coisas novas e mais lentas, pode ir com fé e apostar nessa banda. Será letárgico !!! Buon Diverrrrrrrrrrrrtimento !!!!
Discografia: 1994 - Simphonia sine Nomine, 1994 - Ad perpetuam rei memoriam, 1995 - La malédiction d’Ondine, 1995 - The moon sang on the April chair, 1995 - In amoris mortisque, 1996 - Il fantasma dell’Opera, 1996 - Concerto N. 6, 1998 – Historiae, 1998 – Orlando, 1998 - Os cavaleiros do templo - Live in Portugal, 1999 - Lost Atlantis, 2001 – Sueños, 2001 - A Calliope, Collection (Coletânea), 2002 - Mon Seul Désir, 2003 - Des Paroles Blanches, 2004 – Saphir, 2005 - Odos eis Ouranon , 2005 - Arcana Eco, 2006 - Paris Spleen, 2007 - Kremasta Nera, 2007 - Sous Le Blanc Rosier (best of)
Mais em www.ataraxia.net (dá para baixar diversos trechos de músicas e até algumas completas no link“Discography”). Enjoy !!! Comentem através do e-mail. Até a próxima. Jack Flower.
Agradecimentos:
www.pwp.netcabo.pt/0676692901/zg04-20011030.htm ; www.whiplash.net/materias/cds/001145601-ataraxia.html; www.underworldmag.org/pdf; www.som-activo.blogspot.com; www.jup.up.pt/aponte; www-zorgabor.co.pt; pwp.netcabo.pt/0676692901/zg04-2001542510330.htm.